Assim como em outros ambientes que comportam uma grande circulação de pessoas, o hospitalar (hospitais, clínicas, enfermarias, laboratórios e núcleos de saúde) requer atenção especial quando o assunto é controle de pragas. É preciso que esses locais estejam livres da presença de vetores mecânicos para que sejam seguros e propícios à cura de enfermidades. As pragas urbanas representam um sério problema em hospitais e casas de saúde pois podem prejudicar as condições de esterilização de equipamentos e ambientes, ser disseminadores mecânicos e/ou biológicos de doenças infectocontagiosas causadas por vírus, bactérias, protozoários, e demais microrganismos. Por exemplo, formigas podem passar em locais onde existem materiais retirados de curativos e depois frequentarem salas esterilizadas.
Atualmente, a abordagem mais moderna de controle de pragas em instituições de saúde é o controle integrado de pragas. Esta abordagem fundamenta-se na gestão das ocorrências com pragas e no uso delas como indicadores ambientais. No programa de controle integrado de pragas é essencial o processo de coleta e interpretação das informações sobre as ocorrências e sobre os ambientes. A qualidade desse processo é que vai determinar a qualidade das decisões de controle adotadas. A cada ocorrência deve-se buscar entender as relações ecológicas entre as características biológicas da praga e os fatores ambientais oferecidos no local do evento, para identificação, registro e correção.
O controle integrado visa, fundamentalmente, minimizar a utilização de agentes químicos durante as medidas corretivas. Esta abordagem fundamenta-se na gestão das ocorrências com pragas e no uso delas como indicadores ambientais. Quando se faz inevitável a utilização de recursos químicos, o controle de pragas e microrganismos em hospitais é feito por empresas especializadas e deve seguir as normas estabelecidas pela Anvisa. A agência estabelece que é de responsabilidade da empresa contratada garantir o mínimo impacto ambiental, a preservação da boa saúde do cliente e do encarregado da aplicação dos produtos. Os produtos utilizados devem ser todos cadastrados na Anvisa e sua manipulação e descarte também é de responsabilidade da empresa contratada.
A incidência de pragas também está relacionada a localização e manutenção. Um hospital localizado, por exemplo, às margens de um rio no qual é frequentemente despejado esgoto, ou ainda próximo a instalações industriais, pode ter uma higienização adequada em suas instalações. Mas se seus vizinhos não adotarem medidas semelhantes, é grande a chance de ocorrer uma migração de ratos, baratas e semelhantes de uma instalação para a outra; ou seja, os bons cuidados dentro do hospital não impedem que as pragas de outros ambientes venham habitar o local.
Seja a infestação de origem interna ou externa ao ambiente hospitalar, para que o problema possa ser diagnosticado e devidamente controlado é fundamental que todo o estabelecimento seja monitorado periodicamente, sendo que as estratégias de controle devem ser aplicadas de acordo com o local e com o tipo de infestação observada. No entanto ainda que a origem da infestação seja principalmente externa, as medidas de higiene dentro das instalações clínicas ajudam a minimizar o problema.